6º ano, capítulos 9 e 10: pulição do ar e doenças provenientes do ar

9 – O ar poluído

O ar pode estar poluído por poeira, vapor de inseticidas, gases tóxicos, etc. Isso, conseqüentemente, prejudica os seres vivos.

Os maiores poluentes atmosféricos são a fumaça das fábricas e dos veículos. Ambos expelem gases tóxicos, como:

- monóxido de carbono (CO): entra na corrente sanguínea através da respiração. Dependendo da quantidade expirada, pode causar enjôos, dor de cabeça, desmaio, problemas de respiração e até a morte.

- dióxido de carbono (CO₂): é um gás comum e necessário para os seres vivos, liberado na expiração e absorvido pelos seres clorofilados (plantas e algas) para produzir energia, em um processo natural. O problema é o excesso dele, proveniente principalmente das fábricas, automóveis e queimadas de florestas. Dessa forma o CO₂ pode causar os fatores que causam o aquecimento global, chamados de “efeito estufa” e “inversão térmica”.

- dióxido de enxofre (SO₂): causa irritação na pele, olhos, nariz e garganta. Causa também sérios efeitos em pessoas com problemas cardíacos. É um dos gases causadores da “chuva ácida”, juntamente com os óxidos de nitrogênio.

   Veremos agora os quatro principais efeitos atmosféricos maléficos resultantes da poluição do ar:

1.                                     EFEITO ESTUFA

Nós precisamos deste efeito para sobreviver. O excesso dele é que se tornou um problema, pois causa o “aquecimento global”.

Uma estufa de plantas é uma casa de vidro, até mesmo no teto. Isso deixa as plantas que necessitam de calor, aquecidas. Os raios solares passam pelo teto e paredes, alcançando tudo o que há dentro da estufa, aquecendo-a. A luz é refletida e vai embora, atravessando o vidro. No entanto, quase todo o calor produzido, diferentemente da luz, não consegue escapar. O vidro o impede de passar. Portanto, o calor preso na estufa, garante a temperatura necessária às plantas.

Na atmosfera terrestre existem os gases (especialmente o CO₂), que funcionam como o vidro da estufa, deixando a luz passar, mais retendo parte do calor. Isso é bom, pois na ausência deste fator as noites seriam muito frias (como no deserto, onde a temperatura noturna pode alcançar níveis negativos, devido a pouca quantidade de seres vivos para liberarem CO₂ e água para atmosfera). O problema é o excesso deste gás na atmosfera, oriundo de processos artificiais provocados pelo homem. Forma-se então uma espécie de “vidro grosso”, que mantém quase todo o calor retido, como ocorrem na estufa de plantas. O ambiente torna-se mais quente, alternando a vida nos ecossistemas.

Uma das grandes preocupações, por conseqüência, é o “derretimento de geleiras”, aumentando o nível do mar e inundando muitas regiões habitadas.

2.                    INVERSÃO TÉRMICA

É um fenômeno natural que ocorre principalmente no inverno. O problema, assim como o efeito estufa, é seu excesso conseqüente da ação humana.

Nos dias frios os raios solares podem ser tão fracos que não consigam calor suficiente para esquentar o solo. O solo continua gelado e o ar próximo a ele também, mantendo suas moléculas unidas e pesadas. Conseqüentemente este ar não consegue subir. Ao mesmo tempo o ar das camadas superiores da atmosfera não consegue se resfriar a ponto de estarem tão densos quanto ao ar próximo ao solo, permanecendo estacionado. Resultado: cria-se uma barreira imóvel de ar mais quente na camada alta da atmosfera, a qual não permite que a fumaça dos gases poluentes passem por ela. Estes gases ficam presos e concentrados em um local mais baixo do que o normal na atmosfera, em uma região mais próxima de nós. Por isso que nas cidades grandes o inverno geralmente possui o ar mais poluído e também a estação de maior numero de casos hospitalares por problemas respiratórios.

3.                                     CHUVA ÁCIDA

O CO₂ e os óxidos de nitrogênio entram em contato com a umidade do ar e se precipitam, causando a chuva ácida. É uma nuvem de chuvas normais que passa por nuvens cheias de poluição, causando a chuva ácida. Ela tem esse nome porque é capaz até de corroer estátuas e de destruir a fauna e a flora em lugares como lagos e florestas. Os lugares onde mais ocorrem as chuvas ácidas são no Canadá, nos EUA e na Alemanha. Na Alemanha há inclusive a Floresta Negra que está morrendo por causa da chuva ácida.

4.                                     BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO

Na atmosfera há uma camada formada pelo gás ozônio (O₃) que bloqueia a entrada da radiação ultravioleta-B (raios “UVB”). Esses raios alteram o material genético dos seres vivos, inclusive sendo responsáveis pelo câncer de pele. O buraco na camada de ozônio é agravado pelo uso do gás artificial CFC (clorofluorcarboneto) presente em alguns produtos aerosóis e refrigeradores. O buraco acumula-se na Antártica.

Capítulo 10: DOENÇAS QUE VÊM DO AR

As doenças provenientes do ar são transmitidas por microrganismos (seres microscópicos), como bactérias e vírus. Não se esqueçam que, a pesar da fama, nem todas as bactérias são ruins; cerca de 95% são benéficas ou inofensivas aos humanos. Estudaremos agora algumas das principais doenças transmitidas pelo ar.

Nome da doença	Agente causador	Diagnóstico (sintomas)	Forma de contágio	Tratamento/ Prevenção
Pneumonia	Bactérias que atacam os pulmões.	Calafrios, dor no peito, febre alta e tosse com catarro.	Através da tosse ou exposição ao tempo úmido e mudanças bruscas de temperatura.	Antibióticos. Maiores de 60 anos devem tomar vacina para prevenção.
Tuberculose	Bactérias que atacam os pulmões, mas podem se alojar nos rins e nos ossos.	Tosse, catarro, emagrecimento, febre, dores no peito, suor noturno, cansaço e eliminação de sangue pela boca e pelo nariz.	Tosse.	Antibióticos e pode ser prevenida pela vacina BCG
Coqueluche	Bactérias que atingem a traquéia e os brônquios.	Tosse comprida e violenta, que acaba provocando sufocação e vômitos.	Tosse,	Antibióticos e pode ser prevenida pela vacina DTP.
Poliomielite (paralisia infantil)	Vírus.	Febre, dor de cabeça, dor e rigidez nos músculos e vômitos. Em um estágio mais avançado leva a paralisia e/ou a morte.	Gotículas de saliva que o doente expele ao falar, tossir e espirrar, ou por alimentos contaminados pelo vírus.	A prevenção é feita pela vacina VOP (vacina oral contra poliomielite), mais conhecida com SABIN.
Sarampo	Vírus.	Febre, sonolência, falta de apetite, irritação nos olhos pela luz, manchas brancas na parte interna da bochechas e pintas na pele de todo o corpo. Se não for bem tratado, pode levar a cegueira e a morte.	Gotículas de saliva que o doente expele ao falar, tossir e espirrar.	A prevenção é feita pela vacina SRC, e deve ser tomada quando a criança tem 1 ano de idade.
Rubéola	Vírus	Aparecimento de manchas rosadas na pele (primeiro no rosto e depois no corpo inteiro), febre, dor de cabeça e mal-estar. Não é uma doença grave, a não ser que a mulher esteja nos três primeiros meses de gravidez, podendo fazer com que o bebe nasça lesado, como por surdez e distúrbios nos olhos e coração.	Gotículas de saliva que o doente expele ao falar, tossir e espirrar.	A prevenção é feita pelas vacinas SRC (tríplice viral) e SR (dupla viral).
Caxumba	Vírus	Inflamação dos órgãos que produzem saliva, deixando o pescoço inchado e dolorido. Há também febre e falta de apetite.	Gotículas de saliva que o doente expele ao falar, tossir e espirrar.	Existe uma vacina, mas a proteção dura apenas dois anos.
Gripe *atenção: o resfriado possui praticamente os mesmos sintomas da gripe, porém mais fracos.	Vírus	Nariz escorrendo, dor de garganta, febre, dores no corpo, mal-estar geral.	Gotículas de saliva que o doente expele ao falar, tossir e espirrar.	Repouso, beber muito liquido e alimentar-se bem. A prevenção pode ser feita por vacina, mas dura pouco tempo e não são todos os que podem tomá-la, devido a efeitos colaterais.
Conjuntivite viral	Vírus	Inflamação da película que reveste o branco dos olhos e a parte interna das pálpebras. Sensação de areia nos olhos, que ficam avermelhados e lacrimejantes, às vezes com secreção e coceira.	O contágio ocorre principalmente em ambientes fechados ou muito poluídos no quais haja aglomeração de pessoas contaminadas.	Evitar compartilhar toalhas, óculos, lápis de olhos, lavar bem as mãos antes de tocar os olhos. Não há vacina.